terça-feira, 10 de junho de 2014

Vamos falar hoje sobre um mercado com  poucas oportunidades, e quando se obtém alguma chance de ingresso, dificilmente vende oque é esperado vender, fazendo com que as editoras brasileiras fiquem com um pé atrás na hora de publicar histórias dentro desse "grupo". Hoje vamos homenagear 5 publicações nacionais que conseguiram fazer oque os quadrinhos japoneses fazem: sucesso!

Quando se lê um mangá publicado aqui no Brasil, você se diverte, se emociona, se apaixona e virá fã incondicional do título, criando um respeito mútuo entre leitor e o autor do mangá. E quando se depara com um quadrinho nacional baseado nos japoneses? São poucos artistas nacionais que conseguem deixar sua marca registrada em uma banca e conseguir passar a mesma emoção que se passa quando se lê um mangá.

Resolvemos fazer uma pesquisa pessoal nas nossas lembranças e tentar resgatar os 5 títulos nacionais que mais deixaram marcas dentro das bancas de jornal brasileiras. Lembrando que existem muitos títulos bons nacionais e até publicações que conseguiram superar o exterior, mas hoje estaremos apenas "rankeando" aqueles que venderam mais, dando um bom lucro para as editoras que apostaram nas artes brasileiras, e também no nível e impacto que elas tiveram na nossa sociedade fechada, fã de mangás.

5. Hyper Comix
Na época em que apenas a TV era o meio de comunicação para fãs de animes, e pouco se sabia sobre mangás e otakus, a editora Magnum, encabeçada por Sérgio Peixoto e José Roberto Pereira, trazia a ANIMAX com muita notícia relacionada e foi uma verdadeira Vovó para contar as histórias de animes que viraram cult aqui no Brasil. Os únicos mangás que pairavam por aqui eram scans online em inglês e a edição formato americano de Ranma 1/2 pela editora Animangá. Até que a Magnum teve a idéia de publicar algo como um "fanzine legalizado". Nascia então a Hyper Comix, com histórias desenhadas para adultos, feitas por João Vicente e amigos, levando o nome do "Clube dos Quadrinheiros de Manaus" para as bancas. A revista tinha capas chamativas, com histórias chargeadas de animes famosos na época, como Yu Yu Hakushô, Cavaleiros do Zodíaco, e até arriscavam alguns Tokus. Muita gente comprou a Hyper na época por ser a única forma alternativa de "mangá". Mais tarde, em números adiantes, a Magnum deu espaço para outros fanzineiros da época poderem enviar seus trabalhos para a Hyper, que virou um tipo de Caça-Talentos indiretamente nas bancas. Com certeza foi um marco importante para o quadrinho nacional, mesmo que imoral.

4. Turma da Monica Jovem
Muitos vão me xingar por colocar este título no meio dos "mangás nacionais", mas oque Turma da Monica Jovem conseguiu fazer em pouco tempo, os otakus não conseguiram em tantos anos, que foi fixar eternamente o mercado nacional de quadrinhos, mangás, ou seja lá como queira chamar, no gosto e informação do público. Quando Maurício de Souza começou os preparativos para Turma da Monica Jovem, queira que o quadrinho fosse voltado ao público que ele perdeu, já que seus leitores antigos cresceram, e não mais lia os seus "Gibis". Foi pesquisar e descobriu que quem lia Gibi, posteriormente lia quadrinhos para jovens, com leituras mais fáceis que os da Marvel, no caso, os Mangás. Em parceria com a Panini Editora (na época já dona do sucesso Naruto), Marcelo Cassaro (redator com grande bagagem em quadrinhos no estilo mangá), e Petra Leão (roteirista e Cosplayer nas horas vagas). Nasceu então Turma da  Mônica Jovem, em agosto de 2008. Não está listado como primeiro lugar nesta lista, por popularidade, mas deveria, já que atualmente contém mais de 60 edições e supera ótimas vendas tanto nas bancas, quanto em assinaturas para escolas e instituições públicas.

3. Combo Rangers
Bom, vou dar meu testemunho perante este Título, produzido por Fábio Yabu. Quando ia para a banca de jornal do centro, para comprar Video Girl Ai, Samurai X, e outros títulos na época, olhava para aquela revista toda digital e achava tão simples quanto uma revista de culinária. Mas o tempo me calou o pensamento, quando Combo Rangers, acho que em seu segundo número, tinha levado vários prêmios no HQMIX. Deixei de julgar livro pela capa e fui conferir. A história que Yabu passa para você é uma lembrança sobre os Tokus antigos, com ligações atuais e histórias totalmente originais. Realmente algo que pode se encontrar facilmente no meio dos mangás do Japão: histórias envolventes com traços bem simples. Os quadrinhos começaram a ser publicados online e depois foram comprados com direitos em 2 editoras de nome, JBC e Panini. Atualmente em 2013 a Editora JBC, madrinha da HQ, trouxe uma edição bem encadernada da série intitulada "Somos Heróis".

2. Zucker
Simplesmente uma arte nacional, que engana qualquer leigo que está começando a ler mangás. A história começou a ser publicada na revista NeoTokyo em 2009 e recebeu muitos elogios perante os leitores. A Editora NewPop abraçou a idéia e resolveu publicar pra ver oque dava. O resultado foi um quadrinho que se assemelha aos mangás, com traços Shoujos e história bem fácil de entender, podendo até a se comparar como um Kodomo. A responsável pela arte é a Simone Beatriz, que leva junto ao nome Studio Seasons com notoriedade.

1. Holy Avenger
Com roteiro de Marcelo Cassaro e arte de Érica Awano, o quadrinho Holy Avenger passou de "HQ Nacional profissional" para "Mangá Nacional" numa facilidade enorme. História simplesmente chamativa e engraçada aos moldes de mangás medievais. A arte é limpa e bem detalhada, sendo até apreciada muitas vezes por cada página lida. Na época a revista rendeu mais de 50 volumes entre edições especiais e Spin-Offs. Atualmente, a Jambô Editora lançou 2 edições encadernadas em versão de "luxo". Se você deseja apreciar o mercado de HQ's nacionais em estilo mangá, comece por Holy Avenger e não vai se arrepender.


Espero que tenham gostado da lista. Se acha que faltou algum título entre os 5 mais, ou quer mencionar algum detalhe em especial, não deixe de comentar!




Renato Urameshi Renato Urameshi 
Escreve sobre anime e mangá desde os tempos de clube por cartas. Leitor nostálgico da Animax e derivadas, gosta de discutir assuntos polêmicos e de fundo jornalistico | Google +

7 comentários:

  1. Cara blog mto legal. Apoiando nossos comparsas brasileiros nas HQs!

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  2. Turma da Monica Jovem deveria estar no primeiro lugar. Vende absurdamente mais e tem roteiro profissional. Não querendo descartar os outros, mas eles apelam mais para o fanzine ou RPG, principalmente a HYPER COMIX.

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  3. AUHSUAHSUH saudades da safadinha HyperComix! Ria demais com os absurdos.

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  4. Demorei pra comentar aqui, vou aproveitar enquanto o Renato não posta. x)
    :d

    Bom...eu discordo de algumas coisas da lista.
    Sobre a Hypercomix ( e indiretamente, ao mangá do Megaman ): essa revista foi pioneira na época em publicar mangá nacional. Não tinha base de comparação antes dela.
    Durou 14 edições, apenas as 4 primeiras edições tinham conteúdo pornográfico, do 5 até o 14 deram uma amenizada na coisa. Perto dos últimos volumes que começou o lance de colocar histórias dos leitores. Embora a revista tenha acabado, o modelo dela seguiu em outras publicações posteriores.
    Infelizmente, nenhuma dessas "filhas" da Hypercomix durou tanto quanto ela.

    Sobre TMJ: *Taca pedras no Renato* u_U Rapaz, tu colocar Turma da Mônica que tem know-how, fama, grana e respaldo do grande público do lado de mangás nacionais é tipo comparar fusca 86 com Ferrari, de boa!
    Ademais, teve um porquê de TMJ ter saído do papel e virado realidade. Você consegue adivinhar o motivo?

    Sobre Combo Rangers: Esse eu concordo. =)

    Sobre Zucker: Mas nem lascando que se Zucker fosse lançado como uma Hypercomix da vida teria ido até o final! A história só foi até o fim porque tava inserida numa revista de anime. Eu não consideraria ele nessa lista.

    Acerca de Holy Avenger: Até concordo, porque das revistas nacionais, foi o único que foi até o fim preterido de 40 edições. (Ok, teve mais duas edições depois do fim, tipo Epílogo.)
    No caso, faz sentido estar na lista.

    Em todos os títulos citados, não teve um processo de continuidade, algo pensado para se continuar publicando, isso foi o caixão dos mangás nacionais.
    Pode ver que isso é tão verdade, que cada revista da lista é de uma época diferente e de pessoas diferentes.
    Enfim, falei demais! @_@ Até mais!

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  5. e o FUTAGO ESTUDIO de soni e shirubana com seus mangás vitral e príncipe do best sellers que atualmente são as únicas séries mangá nacional em banca tudo bem que são bls ,porém são mangás únicos que 8-)

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  6. Pessoas, estou muito por fora dessa história dos mangás nacionais. Mas pelo que li aqui e ali, todas essas histórias só (e somente) fizeram sucesso por motivos específicos: Numa época em que não havia internet nem enxurradas de mangás ou um público menos exigente, uma webcomic zoeira que tinha já tinha leitores fiéis, outra que parasitava revistas de anime/mangá (como citado pelo "the fool") e uma que já nasceu em berço de ouro. Mas o que me deixa mais puto é que na maioria delas tinha um descendente de japonês envolvido...ou seja, só pelos olhinhos já é meio caminho andado para facilitar as coisas e ganhar confiança de editoras. Bom pra eles, dane-se o resto.

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